sábado, 26 de maio de 2012

O silêncio e a solidão
Estavam sentados um ao lado do outro, o silêncio e a solidão. Nenhum deles se atreviam a romper o silêncio que dominava aquele ambiente. Era mesmo de enlouquecer. A solidão preferia manter-se em sua solidão. O silêncio por sua vez manteve também firme em sua maneira de ser.
     Naquele instante passava por ali um jovem distraído em seus sonhos futuros que não percebeu que naquele banco rústico em meio a floresta estavam em profunda meditação o silêncio e a solidão. Foi preciso então, que a solidão limpasse a garganta e "quebrasse" o silêncio para chamar a atenção do jovem. Este porém assustado volta-se e depara com aquele casal em profundo silêncio e quebra aquela monotonia desagradável, e toma a iniciativa de lançar uma pergunta. Desculpem-me! se sou importuno, mas qual a razão desta tristeza em que vocês se encontram? O silêncio não queria como sempre, ser o primeiro a dar explicações. Foi preciso que a solidão lhe desse um cotovelada afim de dar inicio à conversa , mas ele continuou em silêncio. O jovem entendendo a situação disse-lhes: não tenham medo! Eu também sou cerceado como vocês! Vamos! Estou ansioso para saber! Quero ser vosso amigo! A Solidão encorajada com a sinceridade  daquele jovem começou sua triste história.
     Sabe o que é meu jovem! Eu tenho uma missão muito triste neste mundo. As pessoas não gostam de viver comigo. Acham-me triste e pesada, chegam a dizer: afasta-se de mim, solidão! não vez o quanto nos faz sofrer? Tem hora que me dá vontade de ir para bem longe e viver em plena solidão. Só não o faço, por causa da amizade que tenho ao silêncio. Por nada deste mundo quero que ele se sinta só. Embora fico vagando esperando uma oportunidade de encontrar alguém que esteja necessitando da minha companhia e assim eu posa sair de minha solidão. E você consegue? Interveio o jovem: consigo sim, completou a solidão. tem muita gente que gostam, ou são obrigadas a conviver comigo. Você tem razão minha amiga! Amiga? exclama a solidão! Sim disse o jovem. Sou seu amigo. gosto muito de você! não vês? Estou em plena solidão! Nesse instante ouviu-se um soluçar baixinho. O jovem e a solidão voltando-se perceberam que o silêncio chorava.. Porque choras, meu amigo? perguntou a solidão! Fez-se um instante de silêncio, e o silêncio secando as lagrimas continua: vocês acabam de se tornarem bons amigos! E eu? O que faço de minha vida? Neste mundo moderno quase ninguém encontra um tempinho para ficar comigo! A não ser aqueles que gostam de orar no silêncio de seus corações, Na verdade, até que não posso me queixar. O entardecer também gosta de mim.Quando ele chega, tudo silencia: cessam os ventos, silenciam os pássaros, as formiguinhas não ficam correndo pra lá e pra cá, o horizonte se colore só para me alegrar. Ah!...Estou me lembrando: tem um amigo que gosta de me abraçar. Só que ele não é tão jovem assim. Já tem os cabelos grisalhos. Não vou dizer o seu nome! não sei se ele vai gostar. Ele me disse outro dia que gosta de você também, solidão, pois quando está na sua companhia, Ele sente mais a presença de Deus e ficar em paz.
     Mas o jovem compadecido do silêncio acrescenta: meu caro silêncio! Sou seu amigo também! É bom ficar junto do silêncio, pois assim posso ouvir Deus falar em meu coração. E daquele momento em diante, o jovem o silêncio e a solidão deram-se as mas mãos e partiram juntos agradecendo a Deus por se conhecerem.
                 Ely Alves de Paula  -  18/11/09

Nenhum comentário:

Postar um comentário